junho 10, 2004

Amizades virtuais, vidas reais.
A primeira descrição da minha personalidade que eu tenho lembrança é: implicante. Sou extremamente implicante, arrogante, mandão e debochado. No mínimo isso. Mas, por alguma razão desconhecida, sempre tive muita facilidade me fazer "amizades".

Tenho contato com a internet desde 2000, quando comecei a trabalhar nisso e, como todo internauta que se preze, também passei pela fase de ser viciado em batepapo.

Na época dos batepapos a minha lista de icequê e emessene era lotada. Foi nessa época também que eu estava na faculdade e, como todo estudante, era um ser desprovido de dinheiro. E a falta de dinheiro me impedia de sair e e ficava mais dependente da internet.

Com o fim da faculdade e começando a trabalhar comecei a ter um pouco mais de dinheiro e a sair mais, deixando a net um pouco de lado.

O que eu não sabia é que esse povo da net (a maioria) é extremamente ciumenta e nãosuporta as pessoas que se divertem fora de casa e longe de um modem. Um final de semana sem conectar e choviam e-mails e cobranças. Nunca gostei de cobranças, de dar satisfações e deixava a maioria dos e-mails sem resposta.

Um a um meus "contatos" foram deixando de falar comigo e sendo deletados, da mesma forma com que eu também fui deletado. Hoje tem umas cinco ou seis pessoas que eu conheci através da net e mantenho contato. Através da net, somente e infelizmente.

Hoje é estranho olhar a lista de icequê vazia, abrir o emessene e não ver contatos on line. Olhar aquele contato on line mas que não manda mais mensagem nenhuma e decidir se apago ou se o mantenho por mais uma semana. As regras de amizades virtuais são implícitas, mas seguidas à risca. Amigos virtuais não podem ter vidas paralelas, fora da internet.

O interessante e, por que não não dizer, estranho é que a primeira pessoa com quem eu lembro de ter conversado numa sala de batepapo conversa comigo até hoje. E ainda (diz ela) lê esse blog.
Isso que é paciência!