dezembro 04, 2005

Quem espera sempre alcança.

Os caras acham que podem, acham que tudo o que fizerem, as barbaridades que fizerem vão ficar impunes. Passam o ano todo bangunçano, brincando, arrumando confusões e inimizades.
Aí chega o final de novembro, o início de dezembro. As provas do quarto bimestre. Aí vem o desespero, a contagem de pontos. Os ridículos bilhetinhos de mea culpa nas provas. O ano deve passar na frente dos olhos deles como a vida diante dos olhos de um morimbundo.
Essa é a hora de estravazar tudo o que agüentamos o ano todo. A indisciplina, o deboche, as conversas fora de hora. Sim, é a hora de sermos igualmente debochados e indisciplinados. A decisão, em tese, está na mão deles, mas se chegarem perto, o empurrãozinho final para passarem cabe a nós. Empurrão esse que não dou. Não adianta chorar, vir com a mãe, fazer promessas de que ano que vem vão melhorar. Melhorem, sim. Torço por isso. Mas melhorem na mesma série.
É engraçado, mais que isso, reconfortante ver o desespero na última prova, a tristeza e o choro de quem não deu a mínima para o conhecimento o ano todo. É uma das melhores sensações do final de ano tirar a cola de um aluno e, conseqüentemente, zerar a prova do desonesto, mandando-o(a) direto para a recuperação. Quando fica dentro dos limites de recuperação.
É vingança? Mais ou menos. Só damos as cordas, alguns usam para escalar, outros para se enforcar. Não nos metemos nas decisões de cada um. A única "frustração" - por assim dizer - é que a maioria não aprende e no ano seguinte cometem os mesmos erros denovo, e de novo, e de novo...