julho 30, 2004

Casamentos.
Toda hora sai em revistas, globo-reporter e um monte de programas dicas de como "salvar um casamento". Tem milhões, milhares de livros de auto-ajuda com o mesmo tema. Por outro lado, a maioria dos conhecidos e amigos que casam só fazem falar mal de casamentos.

Poxa, se os casamentos parecem ser fafados a não dar certo então para que, diabos, casar?

Viver sem ter que da satisfação pra ninguém é muito bom, fazer o que quer, ir para onde quer e quando chegar em casa apenas tomar um banho e dormir sem aborrecimentos. Morar sozinho, melhor ainda. Podemos chamar visitas a qualquer hora, ou simplesmente não voltar pra casa quando der na telha.
Abrir mão de tudo isso para gastar em dobro, ter preocupações em dobro, e aborrecimentos elevados ao infinito não parece opção viável (isso sem contar o bando de "parentes" que ganhos sem nunca tê-los desejados). Mesmo com todos os contras e poucos, pouquíssimos e raos prós, tem gente que casa e ainda vê o casamento como a salvação para todos os problemas de infelicidade.
Hoje ainda, a pessoa que não casa é vista como fracassada, como incapaz de arrumar um par, uma pessoa para viver. A solidão não é vista ocmo uma opção, mas como um castigo. É difícil, quase impossível convencer certas pessoas de que tem gente que goste e vive bem sozinho, não precisa conversar, tanto no sentido de ouvir como no sentido de desabafar. Isso é próprio da cultura e, por gerações, a imagem do solteiro vai ser do cara ou bagunceiro ou infeliz.
Se essa for minha imagem, beleza. Ter uma imagem (equivocada) de infelicidade não significa ser infeliz.