janeiro 12, 2013

Encruzilhada.

Chega uma hora que a estrada simplesmente acaba. Aquela estrada que você já percorre a algum tempo, cuja paisagem lhe é familiar cujas curvas não trazem mais mistérios. Você olha para trás, vê ou lembra de vales e montanhas, subidas acentuadas e descidas relaxantes, lembra de histórias e momentos, mas é um caminho conhecido que não podemos nem devemos percorrer como da primeira vez.
As estrada vem dando sinais de que seu final se aproxima, uma planície monótona, uma paisagem que lembra uma pintura num horizonte imóvel. Você reduz a própria velocidade com esperança que isso prolongue a distância, mas o único resultado é o tempo passando mais devagar. O final está lá, se aproximando inexoravelmente. Companheiros caminhantes atuais sentem a mesma coisa, demonstram suas dúvidas, mas ninguém tem a coragem de perguntar diretamente "e agora?"
Companheiros de viagem há muito esquecidos povoam a memória, novos caminhantes aparecem, no início de sua própria jornada, outros retornam em caminhos que novamente se cruzam.
No final dessa estrada se encontram inícios de outras estradas, hora de decisões, que direção seguir, com quem caminhar ou caminhar sozinho por um tempo, como se despedir, haverá despedida? Tantos desviaram, pararam, e voltaram sem nenhuma palavra, sem nenhum aviso. Despedir-se é mesmo necessário? 
Um mundo desconhecido emerge da neblina e da poeira.
O desafio do desconhecido é o que dá ânimo para continuar a caminhada.