Acabou.
Não comemoro datas especiais. Nenhuma. Não vejo nada diferente no dia do meu aniversário, Natal, Ano Novo, dia comemorativo da minha profissão... pelo menos é feriado. Ponto pra ele.
Todas as datas é sempre a mesma coisa para mim, não gosto de ser parabenizado, presentear ou ser presenteado. A maioria faço mais por um hábito arraigado de convivência social que por qualquer significado, mas não ligo se não recebo os presentes que dou, mas sempre me sinto em dívida quando não retribuo, principalmente se não sei como poderia retribuir.
Mas esse Reveilon de 2025 foi diferente. Quando deu meia noite e 2024 finalmente virou passado, senti uma sensação de leveza, como se o mundo tivesse saído de cima de mim e o sangue finalmente tivesse voltado a circular que, juro, quase senti uma dormência física. Foi uma alegria que teve que ser contida pois estava em público, mas meu espírito caiu de joelhos e chorou enquanto meu rosto tentava olhar para os fogos, agradecendo a penumbra, e tentando secar as lágrimas no vento.
Não eram lágrimas de tristeza ou alegria, mas de alívio, não era mais 2024.
De longe, foi o ano mais difícil que eu tive. Escolhas erradas, apostas perdidas, aleatoriedades, planos desfeitos, problemas que foram gerados não por mim, mas para mim, desprezo e ser preterido sempre que tiveram oportunidades. Um ano que terminou eu precisando estar onde não quero mais estar, mas preciso quase desesperadamente, me fazendo sentir um dos funcionários mais antigos do mundo, no limite do literal.
Não sei o que vou ter que atravessar esse ano, os espinhos que estão no meu caminho prontos para tirar o resto de sangue da minha pele, mas acho que só o fato de não ser provável que seja igual ao ano que terminou já me dá uma pouca esperança.
Atualização: durou apenas cinco dias.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home