abril 24, 2004

Liberdades.
Não existe conceito mais falseado hoje em dia do que liberdade. Não existe liberdade, no sentido completo da palavra, não existe nem nunca vai existir enquanto dependermos, por exemplo, de dinheiro. Para conseguirmos dinheiro precisamos de trabalho. No trabalho somos subordinados ao chefe e por aí vai...

O que existe, na verdade, é um conjunto de pequenas (e falsas) liberdades que nublam e enrolam a maioria das pessoas. É o típico caso do cachorro que passa o dia inteiro na coleira e de noite é solto para ficar vigiando um quintal cercado por muros. Nos tratam desse modo e a maioria das pessoas nem se dá conta disso.

Mesmo nos momentos que, teoricamente, podemos ser livres a maioria das pessoas está tão acostumada a ser tão submissa que ignora e não aproveita esses momentos.

Como ilustração, vamos imaginar um momento de lazer. Uma festa, por exemplo. Numa festa, entre outras coisa toca música, ou fanque, ou pagode, enfim, rola algum tipo de som. Quando tem música que não dá ordens aos dançarios ("balança a mãozinha, põe o dedinho na boca, faz cara de bocó) 90% das pessoas não sabem o que fazer. Mais que isso, essas pessoas reclamam que não é "música para dançar".

Esse povo que o quê, afinal de contas? Dançar ou ser escravizado por um cdplayer e dois altofalantes?

Sem contar que, quando toca um desses sons de lavagem cerebral, e uma pessoa é imune ou percebe o que está acontecendo e não segue essas ordens é taxado como chato e/ou metido.

Sim, esse é um sitema muito favorável para os escravizadores pois os próprios escravos lutam para continuarem escravos. Mais do que lutar, fazem propaganda para que outras pessoas se tornem escravos. Imagina quando chegar o apocalipse e todo mundo tiver que ter o sinal da besta (não, o sinal da besta não é uma camisa do BigBostaBrasil, isso é outro tipo de besta), é só dizer que é moda.

Não sei quem teve a idéia e instituiu essa filosofia, mas o cara merece, no mínimo, uma indicação para o Nobel.