fevereiro 24, 2005

Violência x Violência.
Normalmente, sou totalmente contra a violência. Acho injustificada, arma dos burros que não sabem como conversar, argumentar e convencer os outros. Acho que tudo se pode resolver por diálogo, por mais tempo que demore, o resultado vale à pena. Normalmente.
Há casos em que defendo o total e irrestrito uso da violência, sem nenhum tipo de limite. No combate a bandidagem, por exemplo, nenhum uso de força pode ser considerada demais. Em casos mais comuns também defendo o uso, mas apenas como defesa. Em caso de maltrato físico a crianças, idosos e animais principalmente, a pessoa que fez esses maltratos deve sofrer igual ou a mais do que a dor que causaram. Tem gente que só entende a linguagem bruta da dor, não há como dialogar ou argumentar desse modo. Nesse caso a violência acaba sendo a única saída. Tem gente que ou tem medo. Ou falta disposição para reagir de maneira a resolver problemas. Aí, quando a consciência incomoda pelo fato de não fazerem nada, fazem algo simbólico como se vestir de branco, passeadas ou ficar em silêncio por 5 minutos. Nunca vi um único resultado positivo, um bandido que tenha deixado de praticar crimes ou se entregado sensibilizado por esse simbolismo todo. Isso só serve pra pessoa ficar melhor com ela mesma dormir tranqüilo com a sensação de trabalho feito.
Eu não teria nada contra esses simbolismos, se não fossem o efeito contrário. Aquela multidão que vai às passeatas esperando aparecer na RJTV ou no Jornal Nacional dá a impressão errada que a maioria da sociedade quer um solução pacífica, que passem a mão e perdoem os crimes cometidos e reabilitem o bandido. Pelo que eu vejo no dia-a-dia, tirando o pessoal da utopia dos serviços de cidadania e os maconheiros dos direitos humanos, todo mundo quer bandido atrás das grades ou embaixo da terra.
Por isso eu acho que a violência não se justifica na maioria dos casos. Mas em alguns casos, não violência e conivência, diria até cumplicidade, andam de mãos dadas.