maio 11, 2005

Valor.
Não há nada mais discutível, relativo e pessoal quanto o valor de alguma coisa. Claro que não são coisas materiais, coisas que vem junto uma etiqueta dizendo quantos reais custa, mas coisas imateriais, difíceis - senão impossíveis - de se colocar preço.
É difícil fazer outra pessoa entender o que queremos dizer, o quando prezamos algo, sempre tem gente que vai achar que não damos valor ou que damos valor excessivo. Quantas vezes olhamos com desdém quando alguém nos diz: "Tá queria estar no seu lugar". O mesmo desdém com que nos olham quando dizemos isso a outrem.
Nós mesmo não sabemos o valor de nada, até perdermos. Até não termos mais.
Até começar a trabalhar, no meio da faculdade pra cá, eu não dava o menor valor ao sono, ao tempo que podia ficar à toa reclamando do tédio. Hoje o que eu mais quero é acordar ao meio-dia e passar a tarde dormindo para, de noite, reclamar que não tem nada na TV. Hoje eu sei que o tédio, em certas horas é essencial. Muitas vezes não damos valor a conversas despretenciosas em que falamos de dois ou mais assuntos ao mesmo tempo, em que um assunto nunca chega ao final e a coisas mais insignificantes geram discussões onde, no final, volta a perder a importância. Falta de dizer meias palavras, de citar um trecho de um filme e ninguém perguntar "como assim?".
Todo mundo tem uma ou duas pessoas com quem mantém esse tipo de conversa non sense. Faz falta não ter explicar cada pensamento, fingir que entendeu alguma coisa enquanto se sabe que a outra pessoa também não está entendendo nada. E ninguém liga.
Sei que tem gente que vai dizer que isso não tem a mínima importância, que não tem valor. Bom, pra mim tem.