maio 27, 2004

Fazer a diferença.
Quando se toma certas atitudes que não estão, digamos, de acordo com a maioria o povinho (no sentido mais pejorativo do termo) sempre pergunta por que fazemos aquilo se não vai fazer diferença.

Quando andamos com uma embalagem qualquer, um papel de bala ou uma latinha de refirgerante na mão até achar uma lixeira em vez de, simplesmente, joga-las na rua sempre tem uma que fala "A cidade tá suja mesmo, joga em qualquer canto. Não vai fazer diferença."

Pode não fazer diferença para quem não se importa com nada. Para quem acha que é certo fazer, ou não fazer, uma coisa só porque todo mundo age dessa maneira. Quem está acostumado a obedecer sem pensar e, muita das vezes, sem nem mesmo receber uma ordem. Em suma, uma maria-vai-com-as-outras.

Diferença sempre faz. Uma enorme diferença. Uma lata pode não fazer diferença na sujeira do centro de uma grande cidade, mas para a pessoa que jogou a lata na lixeira, para ela sim fez uma grande diferença. Ele sabe que não contribuiu para a imundície do lugar que vive. Ele sabe que não tem um comportamento de uma porco.

Isso de querer fazer diferença para o outro, para a comunidade, para o mundo, isso é utopia. Pura, simples e inútil utopia. Se nossas ações fizerem alguma diferença para nós mesmos já é o bastante. Já viveremos bem sabendo disso.