setembro 09, 2004

Barbárie.
Estamos voltando a ser bárbaros. É só olhar qualquer jornal e comentar, não há mais respeito pela vida, pelo bem estar.
Parte dessa barbárie se deve ao fato da banalização da violência, principalmente pela "arte". É comum vermos nos filmes os heróis, que só sãoheróis porque matam ou porque morrem. A humanidade cresce tendo esse ideal: vou matar ou morrer em nome de uma causa, hoje só falta a causa.
Vou me abster de falar de terrorismo para citar exemplos de causas mais próximas. Em qualquer baile fanque, nem isso, em qualquer lugar vemos muitos desses "heróis" matando e morrendo por causa de uma facção criminosa. Quer causa mais idota que essa?
Quer? Ok.
Jovens pitboys (ou seriam pitburros) brigam só porque uns têm piercing na sobrancelha direita e o outro grupo na esquerda. Dentro de um mesmo condomínio há disputas entre gangues de blocos diferentes. Para os olhos mais jovens, cada cicratiz em um desses pitbichas é uma medalha, um troféu que um dia será deles, e assim se perpetua o ciclo da violência.
Hoje se mata muito mais, não porque existam mais gente, mais alvos em potencial, hoje se mata mais porque é mais fácil.
Há 50, 100 anos atrás para matar uma pessoa era necessário força e agilidade para chegar perto e cravar-lhe uma faca ou punhal, depois precisaria de sangue frio para segurar a arma, sentindo o sangue pelos dedos, olhando a vida se esvaindo olhando nos olhos da vítima. Agora aponta-se uma arma e atira. A vítma cai do outro lado e pronto, mais rápido, mais limpo e mais fácil.
Por isso, e pela galmorização do ato de matar/morrer que estamos voltando a uma sociedade bárbara. Em breve gangues de motoqueiros com chapéis com chifres seqüestrarão mulheres em porta de igreja, parques e passeis, à luz do dia, para a procriação e serremos novamente dividos em tribos. Com sorte, cidade-estados.