O Não-Conhecimento como Questão de Honra.
Não vou dizer que é burrice, porque além de eu não suportar essa linha de argumentação onde quem não concorda com a gente é menos inteligente, eu vejo isso acontecer em algumas pessoas que eu considero que sejam muito inteligentes, muito mais que eu, também. Mas eu preciso aprender que nem todo mundo gosta de saber os fatos, de traçar um comparativo, dá trabalho. O penoso trabalho de pensar.
É bem mais fácil acreditar na primeira versão que apoie nossas convicções, porque, imagina só se aparece um fato novo e a gente tem que repensar nossas posições? Porque ouvir o lado oposto, ou até mesmo um ponto de vista diferente, mas não tão oposto assim? Não pode, a diminuta zona de conforto não pode ser perturbada, não vai ser expandida com dúvidas. O irônico é que as certezas sempre diminuem a zona de conforto.
Eu que estou errado em mostrar o porquê eu penso diferente na esperança que as pessoas farão a mínima força para entender o que eu falei. Entender, apenas. Não espero que concordem, e acho que nem quero. Mas ainda me surpreendo com as reações. Eu sou o insuportável em mostrar que existe mais de um jeito de ver o mundo, eu sou o insuportável em mostrar que discursos histéricos e correntes de Whatsapp e qualquer coisa que apele ao emocional está invariavelmente errado. Sou o mané por mostrar uma lógica além do óbvio, por mostrar fatos omitidos para uma narrativa falaciosa fazer sentido.
Sim, eu sou o errado.
Não pelo descrito acima. Eu sou o errado por achar que as pessoas tem algum apreço pela verdade, por saber tudo sobre um assunto antes de estabelecer um ponto. Eu sou o errado por querer iluminar as trevas do senso comum.
Eu tenho que aprender a conviver com o fato que nem todo mundo gosta de conhecimento. Pelo menos eu não preciso aprender a conviver com essas pessoas.
Eu tenho que aprender a conviver com o fato que nem todo mundo gosta de conhecimento. Pelo menos eu não preciso aprender a conviver com essas pessoas.
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