agosto 09, 2016

Apesar das Dificuldades

Só no Brasil as pessoas ainda se impressionam com alguém vindo das classes mais baixas chegar a um pódio Olímpico, chegar ao estrelato em um esporte. Tirando o futebol, os atletas bem sucedidos no futebol, que são muito poucos em relação ao numero de profissionais, a enorme maioria dos atletas que se destacam em outros esportas, muitas vezes, tem uma melhora muito baixa na vida.
Isso diz mais sobre o Brasil que sobre o Esporte ou esses esportistas.
Em qualquer país civilizado há programas já na base da Educação que incentiva a prática de esportes para o desenvolvimento físico, mental e social da criança, depois adolescente para chegar a um adulto saudável nesses três eixos. Aqui não. Aqui a criança que gosta de esportes e se destaca neles, via de regra, tem que decidir entre a educação acadêmica e a esportiva e, por falta de perspectivas e oportunidades, opta por esse último, que é uma opção de alto risco.
Uma vez abandonado o estudo para se dedicar à prática esportiva, é um tempo perdido que não é mais recuperado, não dando certo, esse cidadão está há anos atrás de outros da sua geração.
Na maioria dos países, os civilizados, os campeões, o esporte é praticado junto e para, através de bolsas atléticas, levar a pessoa mais longe nos estudos, aqui separa dos estudos.
Por isso ao ver um campeão vindo da pobreza, saiba que ele está lá apesar da pobreza, apesar da dificuldade, não por causa dela, o que torna seu feito muito mais impressionante.
Enquanto as políticas públicas antagonizarem Educação Acadêmica com Esportiva seremos lanterninhas nas duas competições.