maio 12, 2020

O caminho mais difícil.

Muitas vezes, grande parte delas, eu gostaria de ter algum tipo de fé em um mundo espiritual, em alguma coisa espiritual. Não queria usar essa fé para ter esperanças de conseguir algo ou de algum consolo, ou que as coisas melhorassem sem esforço.
Eu queria acreditar que algo olha por mim, mesmo que olhando com maus olhos, só para entender alguns evento aleatórios. Coisas darem errado por alguma razão, eu até entendo, mas é duro quando do nada tudo muda, e muda para pior.
Uma vez, quando eu era criança, no Leme, acho,  correnteza me puxou e eu fiquei a centímetros de um banco de areia que deixava mar raso para mim. Toda vez que conseguia apoiar meu pé a areia se desfazia embaixo dele e eu voltava a ficar no fundo. Longos minutos. Tentando por cima e por baixo da água, vendo a areia e nunca pisando nela. Foi extremamente cansativo, pensei em desistir e deixar maré me levar várias vezes, depois alguém me resgataria e eu chegaria à praia.
Como adulto e sem fé, eu não acho que tenha alguém que vá resgatar ninguém.
E eu estou cansado igual, a areia sempre se desfaz sobre meus pés. Se eu não fosse hoje quem está no resgate, eu deixaria a maré me levar.

1 Comments:

At 3:28 AM, janeiro 28, 2023, Anonymous Anônimo said...

Sem dúvida alguma, os dois livros citados são ótimos. Os dois Altamente impactantes, cada um de seu modo particular. Esse tipo de leitura, por mais diversa experiência, é prazerosa. Traz um desconforto necessário, dá sede de conhecimento.

 

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