dezembro 27, 2011

Religião: palavras e testemunhos.

Sou de uma família tradicionalmente Evangélica, desde muito cedo fui enfiado dentro da escola Dominical. Não, não escolhi errado as palavras, o termo é esse mesmo. Me o brigavam a ir todo o domingo, com Piquet x Senna na F1 e todos meus colegas indo para a praia.
O que não contavam é que conforme fui crescendo, o que deveria ter virado uma doutrina, um dogma a ser seguido virou questionamento. As palavras simplesmente não batiam com os atos e, para mim, isso era é ainda é inaceitável. O pior, ao meu ver, é que não são atos conscientes que vão de encontro do que se prega, são as palavras repetidas com a convicção de um papagaio que são exatamente o oposto do atos.
Não falo de atos conscientes, de escolhas bem pesadas, como roubar ou não, trair ou não, mentir ou não. Falo daquelas escolhas inconscientes que espelham o caráter da pessoa. Julgamentos preconceituosos, fofocas, egoísmo. Isso não controlamos, apenas demonstramos e algumas outras pessoas começam a perceber. Falam de Livre Arbítrio, mas você só é livre para concordar. Falam de sacrifício e caridade, mas tudo tem que ser feito como e na hora que querem, dane-se a sua vontade, planos e compromissos. Bradam aos quatro ventos "não jugueis para não serdes julgados", mas te condenam se for diferente deles, se pensar diferente deles.
Disso tudo, o que me incomoda de verdade é o egoísmo. Basta você querer fazer outra coisa para se aborrecer. não te perguntam, não te respeitam e ainda acham errado se você demonstra insatisfação com alguma coisa, esquecem que os outros também têm vida, e não é dependente deles. Quando ousamos reclamar se fazem de vítima com argumentos estúpidos que só geram ainda mais raiva.
Fico perguntando se isso é acreditar em algum tipo de Deus, o Deus deles. É se sentir o próprio Deus, né? Todo o universo gira em torno dos respectivos umbigos, nada mais somos que servos autômatos cujo o único objetivo é fazer a vontade desses auto-intitulado deuses. Para eles, ter vontade própria é ofensivo.
Aí vão dizer que eu não posso dizer que todos os crentes são assim, por causa de uns e blá blá blá. Mas não são uns, são TODOS os que eu conheço, e eu quero que me respeitem, então não posso, não quero e não vou ser assim.