abril 20, 2011

Pessoas que passam, vidas que seguem

Não sei como minha memória funciona, mas sei que dificilmente esqueço completamente alguma pessoa ou ocasião. Muitas vezes, do nada, lembro de algo que me deixa feliz, que enrubresse de vergonha, que me causa raiva repentina ou uma ponta de tristeza. Não sei os gatilhos ou as associações bizarras que meu cérebro fez onde um detalhe busca outro aparentemente sem nenhuma cognição.
Agora mesmo, enquanto tento escrever aqui, está passado um caleidoscópio de imagens sem nenhuma ordem cronológica, de assunto, de nada me distraindo do que eu quero realmente escrever.
Vou tentar voltar ao assunto.
Por mais que eu tente e queira, eu não jogo fora nenhuma informação. E também sou egoísta. Mesmo sem tempo, com outros compromissos e escolhendo outras companhias, não gosto que as pessoas se afastem de mim definitivamente, como se nunca tivessem existido em minha vida. Me incomoda.
Quero, sim, que elas tenhas suas vidas, sejam felizes e, por isso, as vezes me distancio um pouco, mas sempre tento me manter em contato. Às vezes penso que gostaria de esquecer completamente as pessoas como (acho que) elas esquecem completamente de mim, seria mais fácil.
Não guardo mágoas de ninguém, não consigo. O máximo que acontece é eu deixar de confiar na pessoa, mas mágoa? Que diferença vai fazer? Por isso não entendo como alguém consegue apagar totalmente as coisas boas que aconteceram. A não ser que para ela não tenha sido coisas boas.
Na verdade, queria que soubessem separar passado e presente, como eu separo. O que aconteceu, aconteceu, para sempre estará gravado no tempo, não dá para apagar. Não quer dizer vá acontecer de novo.
Será que é tão difícil assim superar algum tempo de convivência comigo que o melhor é se manter distante? Eu gostaria que não fosse, mas não sou eu quem escolho.