Injustiças do ENEM
O vestibular, durante muitos anos, foi a única forma de se ingressar em um curso de graduação. Sempre foi criticado como injusto, ineficaz e excludente. O candidato se inscrevia, fazia um prova competindo contra outros candidatos que tinham optado pelo mesmo curso que ele queria fazer. Esse era o sistema que era chamado de injusto, ineficaz e excludente.
Há alguns anos, uns gênios da Educação decidiram por utilizar o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - como um vestibular unificado e obrigatório (Autonomia Universitária, oi?) para todas as Universidades Federais do país e, para a distribuição de vaga, criaram uma aberração chamada SISU - Sistema de Seleção Unificada. Mas vai você dizer para um teórico da educação que o SISU é mais injusto, ineficaz e excludente que o vestibular, corre-se o risco de linchamento.
O SISU funciona assim: o Brasil todo faz a mesma prova do ENEM, em lugar de um vestibular da própria instituição, como se um aluno de um centro com Rio ou São Paulo fosse igual a um aluno do interior do Maranhão ou de Roraima. E depois eles ainda falam em adequar o ensino à vivência do educando, vai vendo...
Após a divulgação das notas o candidato se inscreve para duas opções de curso/faculdade e torce para que sua nota seja a suficiente para entrar. Parece perfeito e justo, se não fosse o detalhe da vida real.
A realidade é que candidatos para os cursos concorridos como Engenharia, Direito ou Medicina, ao verem que suas notas não serão suficientes se inscrevem em cursos menos concorridos, tirando a vaga dos alunos que tinham essas carreiras como primeira opção. O aluno que quer fazer História ou Matemática não concorre mais com candidatos que também queriam fazer História ou Matemática, concorre com candidatos cuja primeira opção seria Direito, Engenharia ou outro curso considerado elitizado, que não conseguiram passar, e entram em qualquer outro curso só para dizer que está numa faculdade.
Isso é mais justo que o antigo vestibular?
Para mim não.
3 Comments:
E ainda tiveram outros tópicos não comentados que tornam esse Vestibular um fiasco. Antes de tudo, o ENEM é utilizado como avaliador do ensino no país. Analisando que as notas são extremamente subjetivas (há um cálculo maluco entre o número de acertos e a nota final), inventar o TRI foi um ótimo método do Governo para manipular dados para seu Bel-prazer e , óbvio, prejudica o desempenho dos candidatos.
Outra coisa que eu percebi estudando em cursinho é a desvalorização dos professores. Com uma prova que mede rapidez de leitura e conteúdos básicos, ninguém é mais obrigado a saber se o metano tem 1 carbono ou não já que são só 15 de química entre 180 questões, não é?
Junto com isso, parece que a redação atualmente é a chave do negócio. Agora, você não precisa ser bom em física para passar em engenharia, tirar 1000 em redação e gabaritar português já compensa pois em algumas universidades as 2 disciplinas têm o mesmo peso (sempre com ênfase em redação).
Aliás, se tratando de redação, tem visto os casos das pessoas que entraram na justiça recorrendo de suas notas? A nota do ENEM estrategicamente sai 2 dias antes das inscrições do Sisu e a correção da redação sai semanas depois. E lá se vai 1 ano de estudo por mais uma injustiça cometida... coincidentemente TODOS os alunos que recorreram ano passado aqui no Rio perderam na Justiça, com notas totalmente discrepantes do esperado.
E que justiça.
*bel-prazer
Minha filha tentou vaga para Medicina. Há dois anos passou em 2º lugar para Psicologia na UFRGS com nota 1000 em redação. No 2º grau foi sempre aluna nota 10 em redação. Esse ano novamente fez excelente redação, estava esperando pelo menos 950.Após longo tempo saiu a nota e tirou apenas 800.Amigos que sempre foram inferiores a ela em redação tiraram notas maiores. Não entendemos nada e nada podemos fazer. Apenas que terá que ficar mais um ano esperando e ao final contar com a loteria da redação. Injustiça! Nada funciona nesse país.
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