janeiro 23, 2023

Distâncias.

O afastamento é natural, mas nem sempre voluntário. Pode ocorrer por falta de agendas, inibição em marcar alguma coisa ou apenas falta de tempo de um, ou os dois, de fazer o que costumava fazer junto. Nesses casos, a distância é só física e com a facilidade das redes sociais o contato ainda fica mantido com um bom dia, alguns assuntos aleatórios ou apenas a troca de memes para divertir a outra pessoa.

Outro afastamento é o unilateral. Esse é o pior, o voluntário. Ele cresce como um ruído chato que cada vez mais toma conta do ambiente até que some da nossa atenção por que nos acostumamos a isso, no caso, a falta disso.

Sempre começa com uma decisão procrastinada. Depois vem o policiamento, você vê algo e acha que pode ser legal para a outra pessoa ver mas opta por não mandar. A princípio porque pensa que vai incomodar, depois porque não vê porquê e, no fim, nem pensa em mandar. Quando chega nesse ponto, nem lembra de que outra pessoa poderia gostar daquilo, ou apenas de saber que lembrou dela. E como o ruído, não percebemos mais ele pois se tornou normal e colocamos outras coisas no lugar e aquilo sumiu do campo de atenção. Vez ou outra ainda aparece, mas por cada vez menos tempo e vezes mais espaçadas.

Nem sempre esse segundo caso é precedido por um afastamento físico, mas sempre é sucedido por um.