junho 22, 2022

Tempo.

Não sei como outras pessoas marcam a passagem do tempo, se algum evento ou mudanças marcam a referência da passagem dos anos, eu só sei que eu não tenho mais nenhuma. Eu não faço mais ideia quando as coisas ocorreram, se próximas ou distantes, se antes ou depois, sem me esforçar muito para lembrar as datas. E nem sempre consigo lembrar com uma exatidão aceitável.

É angustiante, às vezes, mas é fácil - e vergonhoso - explicar: estou estagnado. Cheguei num ponto onde nada muda, ou pelo menos não muda numa velocidade o suficiente para gerar um ponto que possa ser usado como referência. Percebi isso quando me dei conta que há mais de sete anos não tenho uma noite de sono normal em que eu possa relaxar.

São sete anos de sono leve e preocupado, atento a cada movimentação e barulho. Sei que deixei passar muita coisa nesse tempo, mas foi por falha física; uma hora o corpo e, porque não, a mente estão tão exauridos que os sono profundo vem e, quando acordamos não temos a menor noção se se passaram 15 minutos ou 12 horas.

O tempo pra mim tem passado muito devagar, sem marcas, sem mudanças aparentes. As grandes mudanças que ocorreram não mudaram em nada minha rotinha.