maio 27, 2018

Fanatismo e isolacionismo.

Nem vou falar da greve dos caminhoneiros (maio de 2018) porque é um evento pontual e transitório e eu prefiro escrever sobre assuntos mais atemporais. Mas a greve que literalmente paralisou o Brasil, com desabastecimento severo de combustíveis e ameaça de desabastecimento de alimentos, e sua consequente discussão de causa, efeitos e responsabilidade em redes socais me deu o mote para escrever sobre algo que eu tenho visto e comentado em partes há muito tempo: a radicalização das opiniões.
Hoje a maioria das pessoas não se importa mais com o fato ou o discurso para julgar se certo ou errado, se importam apenas com quem disse ou fez algo para apoiar, um fanatismo que faz um lado estar 100% certo e outro 100% errado. É mais fácil, não precisa pensar. E, sabemos historicamente, que seguidores sem critério formam líderes sem fracos e idiotas. Darwin explica.
Não é difícil, acreditem, julgar uma ação ou discurso por ele, não pelo seu autor. Não é difícil, acreditem, olhar os argumentos do outro lado para ver se algo lá faz sentido para você, se pode ser aproveitado para melhor ou seu argumento, ideia ou prática. O que é difícil e sair dessa inércia de pensamento para tomar as próprias decisões, ter a própria opinião.
Com essa polarização todos perdemos, quando um lado se isola nele mesmo, ignora qualquer crítica ou tentativa de melhora, quando se ignora seus próprios erros estão se condenando a diminuírem de relevância e repetir os erros com um orgulho bobo e injustificável. O melhoramento tem que ser constante, e não se consegue isso apenas olhando de dentro, ninguém se aprimora com concordância cega.
Enquanto nossos líderes e, antes dele, nós mesmo, o tal do "povo" não entendermos que um lado precisa do lado contrário para ficar melhor, para se aprimorar vamos continuar nessa guerra de egos onde não há vencedores, só vencidos.