julho 28, 2012

Falando para as paredes.


"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
Albert Einstein
O difícil é fazer a mente se abrir apenas para ouvir uma nova ideia.


Toda vez que me preparo para um assunto novo na aula sempre procuro uma nova abordagem, novas descobertas ou novas opiniões. Não gosto de dar todas as respostas, acho mais interessante para o aluno fazer as perguntas certas e deixá-los pensar sobre o assunto até chegar a uma conclusão ou a conclusão nenhuma, mas com uma curiosidade científica sobre o assunto.
Não consigo.
Fazer uma aluno pensar, querer pensar, hoje é o maior desafio que um professor pode enfrentar na sala de aula. eles simplesmente não querem pensar, não querem aprender nada novo, estão felizes e contentes com sua diminuta zona de conforto, sendo guiados por qualquer um que enxergue mais que um palmo a frente. Devo admitir, quando penso nisso me parece bem confortável, embora melancolicamente infeliz.
Essa realidade que me desanima, e que deve também desanimar muitos professores, é um início de um círculo que leva o professor dar aquela mesma aula repetitiva, mecânica e desmotivada que dá a uns bons anos pois não tem mais motivação para falar para as paredes.
Um dos maiores problemas da Educação que poucos admitem e menos ainda falam em voz alta é o completo desinteresse e resistência dos alunos a aprender algo novo.

julho 20, 2012

20 de Julho - Dia do Amigo.


julho 18, 2012

Sobre Eleições e Esperanças.

Toda época de eleição é a mesma coisa: sempre aparece um político de um partido radicalóide e anão, com um histórico de declarações polêmicas, tão polêmicas quanto vazias se analisadas a fundo. Esse político de fala histriônica que protesta contra o que todo mundo é contra: corrupção, incompetência, favorecimento e apadrinhamento, aponta os erros que todo mundo vê mas não aponta nenhuma solução, nem viável nem mirabolante. Mas a população anda tão carente em relação à política e aos políticos, principalmente, que qualquer uma que fale mais alto as indignações de praxe vira um novo herói.
As eleições do Rio, esse ano, já elegeram seu novo herói: Marcelo Freixo. Não vou discutir suas qualidades ou defeitos, quero focar no geral, não no exemplo.
Se ele for eleito, será outra decepção, assim como foi Collor e Lula, que carregara as esperanças de toda uma nação e não fizeram nada mais que o mínimo para garantir a força de seus partidos, Collor nem isso fez, foi cassado mas voltou, e voltou nos braços do povo e hoje é aliado daqueles que o cassaram.
E vai ser sempre assim, eleição após eleição. Salvador da pátria após salvador da pátria, uma decepção a cada quatro, a cada dois anos. Não vai mudar, os políticos nada mais são que um close do povo brasileiro, um povo que acha bonito aplicar a Lei do Gérson (levar vantagem em tudo) no dia a dia, que anda com o carro irregular já contando com a corruptibilidade do policial que faz a fiscalização, do pai que vai reclamar quando o professor disciplina o filho e zera a sua prova por cola, que vai pedir uma segunda chance, um jeitinho.
Só quando pararmos de esperar pelo messias político, pelo salvador da pátria e começarmos a rever nossas próprias atitudes, nosso grau de honestidade e de tolerância com a desonestidade, pararmos de achar que honestidade é virtude, quando é obrigação a situação vai começar a melhorar, até lá mais esperança após esperança vai se transformar em decepção.
Espero não poder repetir esse texto, palavra por palavra, ideia por ideia, nas próximas eleições.

julho 09, 2012

Seria mais fácil se eu acreditasse.

Quando eu comecei o texto anterior queria falar desse assunto, mas após a introdução, pois não queria começar o texto "do nada", achei que ficaria muito extenso para internet e decidi falar de outro assunto. Agora vou à segunda parte.
Vejo muita gente hoje, principalmente adolescentes, se dizendo Ateu ou Agnóstico como forma de revolta, de enfrentamento aos pais e à sociedade que eles foram doutrinados como sendo coisas más. Acho legal e bonito essa revolta ingênua, essa confiança em mudar o mundo antes de saber o quão difícil é mudar nossa própria vida. É bonito nisso num adolescente de 14 anos, ridículo num adulto de 30.
Não joguei fora minha fé, se é que tive um dia, ela apenas foi enfraquecendo com o tempo até que resta menos que uma pálida lembrança de quando eu, mesmo fazendo minha parte, ficava me culpando como se todas as coisas que deram errado na minha vida tivesse sido punição por algo que eu fiz, deixei de fazer, pensei ou deixei de pensar. Ficava com aquela paranoia cristã de culpa, servilismo e impotência enquanto as coisas simplesmente não funcionavam.
Enquanto isso via todo o tempo pessoas que faziam deliberadamente coisas "más", que "pecavam" se darem bem na vida sem a menor culpa ou a menor punição. Isso ia contra tudo que me ensinavam, tudo que eu lia sobre um Deus justo, tudo que eu esperava que fosse verdade.
Hoje eu até invejo em certo ponto a esperança cega dos crentes, a esperança de uma outra vida melhor, a esperança de recompensa após a morte ou de uma outra chance, recompensa de dinheiro se der de bom grado 10% dos ganhos para alguma Igreja. Aquele sentimento egoísta mas reconfortante de que se fizer o bem, o bem será feito a mim. Isso faz falta.
Mas o que me faz mas falta é a crença no "Deus sabe o que faz", "Ele fecha uma porta mas abre uma janela", "Ele escreve certo por linhas tortas" e, principalmente o "vai chegar a hora certa". Essa fé quando tudo a mais dá errado, essa sensação de que não foi nossa culpa e de que não precisamos fazer nada pois tudo o mais Ele o fará e que o mundo é cor-de-rosa é muito legal. Disso eu sinto falta, falta da esperança de que se eu não me esforçar mesmo assim vou ter os mesmos resultados "se Deus quiser, e Deus quer!".
É muito fácil viver assim, sempre esperando pelo futuro, sempre sabendo, ou achando que, todas as injustiças e reveses que sofremos fazem parte de um plano maior para nosso bem. Só quem é materialista sabe como é duro ver um plano frustrado e ter que começar do zero outra vez, a responsabilidade de tomar uma decisão sem "saber" que é orientado por algo que sabe tudo e só quer o nosso bem.
É difícil e estressante ser o tempo todo o responsável pelo próprio destino, é mais difícil sem saber se o fim é mesmo o fim ou só uma passagem.
É mais fácil acreditar.

julho 01, 2012

Porque não acredito.

Já disse aqui, mas como ninguém lê o blog mesmo, eu não tenho religião. Não tenho um conceito formado de divindade, mas se existir alguma duvido que seja daqueles que ficam lá no céu olhando cada um humano e premiando ou castigando de acordo com suas ações.
Cresci dentro de uma Igreja Evangélica, daquelas tradicionais e não-pentecostais. Agradeço e ainda carrego muitos valores que aprendi naquela época. Mas eu fui educado a pensar, a questionar, e agradeço muito mais a isso.
Não vou falar sobre os falsos testemunhos, o "faça o que eu falo, não o que eu faço", tão comum nos religiosos. Seria óbvio demais. Com o tempo fui questionando a justiça, as histórias que teriam que nos dar força para acreditar, os exemplos da intervenção divina... no mundo real elas não existem e o que existe me mostrou que se existe um ou vários deuses eles se divertem ou, na melhor das hipóteses, não ligam para o nosso sofrimento.
Fui bonzinho durante muito tempo esperando recompensas, ou que pelo menos a vida não me ferrasse sem motivo. Não aconteceu. Vivi esperando ver algum tipo de justiça divina para aquelas pessoas que fazem e desejam o mal só por prazer de serem maus. Também não aconteceu.
Decidi não acreditar mais nessas besteiras.
Esses são apenas um dos motivos. Não me entra na cabeça que uma entidade que me ama incondicionalmente, apesar dos meus pecados, quer me mandar pro inferno no primeiro deslize que cometo. Que me manda pro inferno por um pecado que eu não cometi, o Pecado Original, que me fez imperfeito e essa imperfeição me mandaria direto para o andar de baixo.
Não me parece justo que uma pessoa que faz o bem por achar que pode fazer a diferença nesse mundo possa ser condenado a tortura eterna apenas por não ser servil. Na minha opinião é muito injusto um cara que roubou e matou durante toda a vida se arrependa no último suspiro e ganhe uma Eternidade no Paraíso sem que pague por nada que cometeu durante a vida. 
Mas é assim que "Está Escrito", essa é a Palavra de Deus que se orgulham e pregam e defendem. Para mim não faz sentido e, se for assim mesmo, seria melhor não ter nada depois da morte.