junho 11, 2013

Máscaras

Tempo. Uma coisa que eu não lembro como é ter. Como eu sinto falta de ter um tempo para mim, vontade de pegar e sumir por uns dias. Deixar celular desligado, não responder e-mail, esquecer que exitem Twitter e Facebook.
Há muito tempo que tenho vontade de apenas ficar em casa uns dias, dormindo, vendo TV ou simplesmente olhando para o teto. O problema é que tenho que trabalhar, pessoas me chamam para sair, tenho que resolver meus problemas e o dos outros. Não queria isso, nunca quis ser adulto, nunca quis ter responsabilidade.
Queria ter um motivo, síndrome de Bournout, do Pânico ou depressão clínica e ficar em casa por alguns meses. Ia ser legal e ainda iria ganhar uns tarja preta. Mas sei que não vai acontecer, se que amanhã vou acordar e cumprir minha rotina, com minha máscara mais perfeita vou sair e fingir que está tudo bem. Algumas vezes eu até acho que a máscara é meu rosto, mas uma hora eu tenho que tirá-la. Me sinto vazio sem ela atualmente, acho que é melhor eu começar a usar máscaras até para olhar no espelho.

junho 10, 2013

Aceitação e conformação.

Algumas coisas simplesmente não são para eu ter. Não adianta quando eu queira e valorize, simplesmente não posso ter. É melhor eu aceitar e me conformar.
(Ainda lembro quando meu pai morreu, eu tinha 14 e estava vivendo na casa do meu tio para caso precisasse ser mais fácil o socorro. Precisou uma vez, não adiantou. Já esperava pela notícia, mas nunca é fácil ouvir, saber, entender que acabou. Quando me deram a notícia, aquele consolo, abraços, etc. No primeiro momento que eu consegui ficar sozinho sentei com a cachorra deles, nunca a minha, não tinha tido um bicho ainda, e fiquei a tarde toda, com ela. Me fez bem. Fiquei triste quando soube que ela tinha morrido, talvez mais que os donos.)
Sempre gostei de bichos, me dou bem com eles, quero brincar, gosto de ficar olhando, mesmo quando eles não estão fazendo nada, só dormindo. Quando criança nunca tive um bicho meu de verdade. Tinha os dos meus primos, que eu brincava quando ia à casa deles. Muitas vezes tinha mais atenção deles que das pessoas, não ligava e ainda não ligo. Para me deixar feliz numa reunião chata basta ter qualquer animal perto e que me de um mínimo de confiança.
Alguns gatos da vizinhança frequentavam lá em casa, eu dava água, roubava comida e ficava horas sentado brincando, às vezes, só olhando eles dormirem. Mas não eram meus, sempre voltavam para seus donos. Não ligava, estavam comigo um tempo.
Fui ter meu primeiro animal já adulto, graduado. Tive muitos depois deles, todos "sumiam", alguns eu vi mortos, outros vi morrer por maldade e "humanos" que se acham no direito de envenenar animais. Aprendi, castro, educo os meus para não ir para à rua mas mesmo assim eles acabam me deixando, não importa o que eu faça, eles simplesmente se vão. Uma doença aguda repentina, um acidente. Eles se vão. Fica a lembrança.
Se você não tem um animal, você não entenderá, nem tente. Se você tem, não preciso explicar que eles não podem ser substituídos, vai se um, adota-se outro. Não é assim.
Simplesmente não consigo mais perder um bicho, não suporto. Ainda tenho três, vou cuidar e fazer deles o melhor que eu posso. Mas uma vez eles não estando mais comigo, vou tentar não cuidar de nenhum outro. Acho que não são pra mim, não sou para ter, não posso ter. Simples.
É assim e pronto, vou voltar a brincar com o dos outros quando puder, mas minha casa vai ser sempre vazia. Assim como minha vida.
Acho que eu vou apagar isso.

junho 07, 2013

Paternidade.

Acho que ser pai/mãe é colocar a criança como a prioridade da vida, mudar hábitos, pensar primeiro no filho a curto e a longo prazo. Não acho legal quem tem filho e deixa com os avós/tios/colegas para poder ir para balada e fazer coisas de adulto (um show de rock, por exemplo). É abdicar muita coisa até que a criança tenha idade para poder acompanhar em alguns lugares.
O mais importante, é passar por essas mudanças feliz.
Conheço algumas pessoas que são assim, com filhos já adultos ou adolescentes ou bebês ainda, acho legal, acho bonito. Conheço casos que o pai (principalmente) mesmo morando na mesma casa não participa da vida do filho, só sabe pagar conta e dar esporro. Acho escroto.
Tem horas que eu invejo algumas coisas, situações que eu vejo do relacionamento pai/filho.
Sou responsável demais para deixar um filho meu com outro para poder ir me divertir. Não acho certo. Acho que seria um pai exigente, tentaria ser presente mas, me conhecendo, acho que não seria um bom pai. Se acontecer, arcarei com toda a responsabilidade, tentarei e farei tudo o que eu falei acima, claro, mas não sei se ficaria feliz com isso.
Por isso, por hora (tenho 36) filhos não estão nos meu planos.