outubro 31, 2004

Como se forma um psicopata.
Ele estava lá tentando domrir, virava-se para um lado do outro da cama e o sono vinha, mas logo ia embora de novo. Ajeitou as almofadas que lhe serviam de travesseiros, cobriu a cabeça, depois o rosto e a angústia continuava.
A Música, simples, repetitiva, estava em sua cabeça desde a hora em que foi deitar. Desligou a TV, colocou o relógio para despertar pois tinha que trabalhar no dia seguinte, apagou as luzes e deitou. Não se lembraria ao certo a hora que a Música começou a incomodar, parecia-lhe que sempre estivera ali, desde o início dos tempos.
Tentou lembrar, fazer um relatório do dia que acabara, tentou repassar a agenda do dia seguinte e a Música lá. Tentou lembrar, cantarolar uma música conhecida e a Música continuava cada vez mais alto. Enquanto o tráfego diminuia na rua em frente, os vizinhos desligavam suas televisões e deitavam-se a Música aumentava de volume.
Ele não agüentou, entrou em desespero, levandou e andou por todos os cômodos da casa em silêncio quase total, solitário, apenas ele e a Música em sua cabeça. Chegou ao banheiro e, tremendo de angústia e êxtase vomitou. Lavou a boca, olhou-se no espelho, molhou o rosto, os cabelos, a nuca e olhou-se novamente no espelho. Ele já sabia o que deveria ser feito.
-x-
Após três dias, não suportando mais o mal cheiro, os vizinhos resolvem chamar a polícia. Ao entrar na casa, a primeira coisa que os policiais ouvem é a Música. Após vasculharem os quartos ensagüentados, verem os corpos deitados e nenhum sinal de luta, após chegarem a ele, morto, com expressão de desespero e mãos nos ouvidos, tentando deixar de ouvi-la, após elucidarem o homicídio seguido de suicícdio a Música finalmente para.
A caixinha que havia sido esquecida aberta três noites atrás é fechada e o silêncio finalmente retorna àquele lar.

Quando o paraíso é um inferno.
Esxistem poucos programas mais "de índio" do que ir à praia num domingo.
Além do trânsito cheio daqueles motoristas que só dirigem no final de semana e, por isso mesmo, dirigem de maneira lamentável, fazendo m* a torto e a direito, não tem lugar pra estacionar e é muito cheia. Por mais que você procure, vai cair perto de uma das figuraças irritantes típicas de domingueiros na praia.
Tem as crianças (ainda defendo áreas para com e sem criança, assim como fazem com fumantes) fazendo escândalo, pirraça, e correndo jogando areia em cima dos outros. Enquanto isso os pais só sabem ficar mangaçando e as mães falando "pára, filhinho" sem levantar da cadeira de praia.
Tem o povo que acha onde levar um micro system pra areia e ficar ouvindo fanque e pagode alto, simulando briga e esbarrando em todo mundo que passa perto. Engraçado que niguém pões som alto e faz essas palhaçadas ouvindo mpb ou rock 'n roll.
Não podemos esquecer os homens-bomba, exibindo sua musculatura quimicamente talhada em deterimento do cérebo, jogando frescobol na linha d’água como se a praia fosse deles, impedindo qualquer um de passar ou ficar por ali. Frecobol, com esse nome, só pode ser jogo de fresco.
Por isso, sempre que posso evito ir à praia nos finde e feriados. O problema é que eu trabalho então não dá prar ir sempre durante a semana. Queria que cariocas fossem mesmo vagabas como o resto do Brasil acha que somos.

outubro 27, 2004

Propaganda enganosa.
É público e notório que ninguém mais agüenta aqueles filminhos água-com-açúcar, coisinhas românticas babaquaras. A cada filme desse tipo, menor é o público, mais encalhado fica na bilheteria.
Só que os caras do cinema são esperto, entenda-se enrolões, e disfarçam essas histórias em outras com mais apelo. Seja numa guerra, num campeonato de surf, numa corrida de automóveis ou com um policial infiltrado numa quadrilha eles sempre estão lá: o casalsinho e mais um.
No meio da trama, que muitas vezes não é nem lá essas coisas tem sempre 1) o memento romântico, 2) a mulher que fica indecisa entre o bonzinho e o mal caráter, 3)dois caras que se odeia e de uma hora pra outra transforman-se em amigos verdadeiros, normalmente eles têmn idades para serem api e filho.
Enquanto isso, para disfarçar, tiros, perseguições, brigas... e um monte de mané achando que é filme de ação.

outubro 24, 2004

Limitações e peristência.
Muitas vezes eu vejo pessoas com sérias dificuldades em entender coisas óbvias ou praticar ações simples. Num modo de ser gentil com elas, prefiro denominar isso como limitação. Agora quando essas pessoas, por mais limitadas que sejam, são animads e persistentes me dá uma pena...
Elas tentam, tentam e tentam e nada. Não conseguem. Não progridem. Mas estão lá, algres, animados, não desistem nunca. Acham que por esforço, mas que por habilidade, conseguirão o que querem. Pior ainda quando o orgulho não as deixam pedir ajuda.
Fico imaginando o que passa na cabeça de uma pessoa dessas, o que a motiva a tentar mais uma vez depois de alguns fracassos vergonhosos, o que lhe dá alegria de sorrir a cada nova derrota.
Em certas ocasiões, até gostaria de ser assim, mas sou realista demais. Sei quando eu não vou conseguir fazer ou entender algo, quando não tenho chances. Queria ter essa felicidade que só (alguns) tolos têm, mas não consigo. Sei demais, analiso demais e, por isso, sou realista de mais para ter longos momentos felizes.
Por isso eu sempre falo: conhecimento não traz felicidade.

outubro 22, 2004

Valorização profissional.
No tipo de trabalho que eu tenho sou obrigado a trabalhar em vários lugares, caso contrário, não tiro nem para sobreviver. Isso me deu a oportunidade de compararcertas filosofias.
A valorização profissional de um professor varia entre desprezível e nula. Alguns colégios, sbendo que não temos mais auto estima, se aproveitam disso e nos exploram até a última gota de sangue. Acham que só porque pagam em dia (acredite, isso é cada vez mais raro) vivemos a mercê deles. Temos que fazer trabalho extra, ir à festinhas onde temos que trabalhar e não aproveitar a festa e até perder domingos e feriados para aqueles desfiles de 7 de setembro.
Mas não são todos os lugares que fazem isso. Alguns até te valorizam, estão sempre ao seu lado, te dão liberdade (até certo ponto) para lidar com as turmas do nosso modo. Só que essesou atrasam o pagamento, ou não pagam.
Aí nós ficamos onde nos tratam mal por causa do pagamento em dia, e onde não nos pagam por causa do ambiente de trabalho. É por isso que eu procuro fazer todos àqueles que sonham seguir na profissão abrir os olhos para as muitas dificuldades.

outubro 17, 2004

Brinquedo Politicamente Correto.
Barbie é coisa do passado!

Depois, é preconceito.
Acho que todo mundo conhece aquela paisagenzinha de um por-do-sol no mar com uma ilhazinha e dois coqueirinhos. Qualquer criança sai desenhando aquilo a torto e a direito. É muito fácil.
Pois não é que me pedem uma sugestão sobre um painel para uma ‘festa tropical’ e eu faço esse desenho em uns, digamos, 30 segundos. Desenho feito, alguns complementos, idéia aprovada. Na decisão mais óbvia, fica a cargo da professora de arte fazer o painel. Ela, com o desenho na mão e, teoricamente, com todo o conhecimento teórico e prático para executar.
E não é que ela olha, olha, analisa o desenho e, só ela, acha que o sol, que está se pondo no mar é um morro! E ainda acha que os coqueiros estão por trás do morro e do sol!
Não, eu não fiquei chateado, afinal temos que respeitar os deficientes de neurônios. Mas se eu sou uma pai de aluno e fico sabendo disso, peço a demissão imediata da anta professora por incapacidade.
Triste, né?

Festinhas.
Dj de bairro é, realmente, um sujeito sem noção. Para começar, nem sei porque ele é chamado de Dj, já que o máximo que ele faz é ficar trocando cd. O cara para ser considerado um Dj só precisa mesmo tem uma aparelhagem de som tosca, umas luzes coloridas e uma monte de cd's (a maioria piratas) com as músicas (sic) que tocam na novela, nas radios comunitárias, e alguns cd's de fanque pornô.
Se a situação já parece ruim, tende a piorar quando o auto-intitulado Dj se mete a apresentador. Um cara com esse conhecimento todo musical sempre nos brinda com algumas pérolas que, se não tornam a noite suportável, pelo menos nos diverte por uns trinta segundos.
O cara de ontem, por exemplo, sempre que pediam para tocar um rock ele colocava uma bandinha pop-boioloa em versão acústica. O até uma banda de rock, mas a balada. Ainda no estilo do rock and roll o cara me coloca ‘Rock Around the Clock’, ‘Greats Balls of Fire’ e outras da época e fala, como aquela cara de orgulho pela própria sapiência que só os idiotas sabm fazer, que é ‘rock dos anos 70’!
Deprimente.

outubro 15, 2004

Profissões.
Quando era mais novo, sempre sonhei em trabalhar em dois lugares. Não pelo dinheiro, que deve ser uma miséria, nem pelo estatus, que não exisite, mas existem outros benefícios.
Era isso que eu pensava, em me divertir no trabalho. Sempre quis trabalhar numa banca de jornais ou em uma locadora de vídeo. Me imaginava lendo todos os jornais e a maioria das revistas assim, de graça. Sem contar os albúns de figurinhas, a facilidade que seria completa-los.
Locadora també seria legal. filme o dia inteiro, legendado, sem comerciais e sem a dublagem porca da sessão da tarde.
Acho que quando eu me aposentar ou ficar desempregado abro uma banca ou vou trabalhar em uma. Isso sim daria prazer em trabalhar.

outubro 12, 2004

Intolerância.
Se o brasileiro médio fosse apena um pouco masi agressivo viveríamos em plena gurra civil sem possibilidades de paz. A nossa sorte, ou azar, é que somos acoodados, aturamos os maiores desaforos e ficamos quietos. Parece que temos vergonha de raclamar, d e ter alguma direito.
Hoje é dia da padroeira do Brasil. Sei disso apenas porque é feriado. Sendo uma feriado católico, tem uma mote de gente na igreja ajoelhada e adorando uma imagem de barro. Não que eu seja contra isso, mas a própria Bíblia deles é contra a adoração de imagens, mas, enfim. Várias procissões (incomodando que tá no caminho), missas pagamento de promessas e promessas sendo feitas. Vivemos num país de maioria católica.
Sabendo disso, um quiosquezinho de um Evangélico daqueles que dão "aleluia" e "glória" por tudo, que fica estratégicamente na rua de uma paróquia, promove um culto. Nada contra, eles podem professar sua religião qualquer dia, a qualquer hora.
Mas promover um culto no dia de uma santa com grande número de fiéis, na esquina de uma igreja católica, e como tema a adoração de imagens não parece um pouco de provocação?
Queria ver fazer isso em frente a uma mesquita.

outubro 10, 2004

Popularidade.
Houve um tempo que ser popular era apenas ser reconhecido, querido pela maioria da população. Ser parado na rua para dar autógrafos e um monte de fãs histéricas eram as medidas da popularidade de uma pessoa. Era. Hoje mudou.
Hoje ser poplar é ter um legião de anti-fãs, ou seja, ter uma galera que o destesta e faz de tudo para tornar vida dele pior. Não exatamente a vida dele, já que a maioria das vezes ele nem sabe da existência dos anti-fãs, mas a vida de quem é fã.
A medida da popularidade de uma celebridade, por muito tempo, foi a capa da MAD. Aparecer na capa de uma revista Mad foi o auge para muita gente/filme/novela. Ser caricaturado com versões de filmes, entrevistas fictícias e pseudo-biografias não autorizadas. Mas isso acabou. numa época politicamente correta é propibido brincar com alguém ou cai um monte de adEvogados em cima de você.
Mas o anonimato da internet criou um novo parâmetro. Os sites, blogs e comunidades eu odeio. Quando a gente quer saber se algum artista, famoso, personagem ou programa realmente faz sucesso é só procurar os sites "euodeiofulano-ponto-com". Quando mais gente odiar, mais famoso é. E quando mais gente inteligente odiar, mais famoso será.

outubro 09, 2004

Injustiça.
Muitas vezes o casal se cuida, toma remédio, usa preservativo, tabel, diu e mesmo assim ainda tudo dá errado e a mulher engravida. A criança é indesejada, não há alegria quando é descoberta a gravidez, pelo contrário, há tristeza. Às vezes desespero. Por outro lado, alguns casais tentam durante anos e nunca conseguem ter filhos naturais. Em alguns casos são ambos saudáveis e, quando há a fecundação, o feto não sobrevive, apesar dos cuidados. De todos os cuidados.
Ainda existem aqueles que planejam, fazem poupança, acompanhamento médico, plano de saúde para a criança e tudo o que se possa imaginar. A mulher engravida, a gestação é normal, a crinaça nasce aparentemente saudável.
Aparentemente.
Quando menos se espera é detectado um problema de má-formação e não existe mais, sequer, esperança.
A criança esperada, desejada, planejada não sobrevive. O acidente de percurso cresce saudável. Isso é regra.

outubro 07, 2004

Começando mal.
Zapeando depois do jogo, paro no programa do Tom Cavalcante na Record. Uma introduçãozinha sem graça com a ajuda forçada da platéia e o anúncio das "atrações" da noite. Até aí tudo normal, se não fosse o comentário bizonho que ele fez:
- O Brasil comemora vinte anos de reproduçãohumana.
Ele disse isso. Deixa eu ver se eu entendi: quem de nós têm mais de vinte anos ou não é humano, ou não é brasileiro. Acho que gente como o citado Tom se encaixa no primeiro grupo. eu estou no segundo.
Partindo desse princípio muita coisa pode ser explicada.

outubro 04, 2004

Só comigo.
Tem certas coisas que só acontecem comigo. Coisas ruins, improvávais e quase impossíveis de acontecer, acontecem invariavelmente comigo. Não acredito em sorte, mas estou muito propenso a acreditar em azar.
Sempre foi assim, se cinco compra um aparelho qualquer só o meu que vem com defeito, se algo vai parar de funcionar, para comigo.
Até tirar dinheiro de banco é impossível. Hoje, por exemplo, dois caixas dentro de uma shopping e os dois sem dinheiro. O "atendimento 24 horas" do meu banco só atende até as cinco. Impressionante.
Não me sinto inferios a ninguém, mas olho minhas coisas e compara com a dos outros, a minha sempre tem imperfeições. Isso deprime qualquer um.

outubro 03, 2004

Maldade.
Chuva, frio e eleição. M*! de domingo. Como se não bastasse ter o dever democrático (se é democrático, pode ser dever?) de votar ainda nem tem futebol na TV.
Agora a maldade é um monte de pais desnaturados que levam seus respctivos filhos/sobrinhos/filhos de vizinho/crinaça encontrada na rua, mas que seja de colo para não enfrentar fila para votar.
Nessas horas o Siro Darlan não faz nada.

outubro 02, 2004

O cafezinho que move o Brasil.
Você tem um problema e precisa de um funcionário público para resolve-lo. Só que além desse problema, por um pequeno detalhe você está em desacordo com as normas do órgão municipal/estadual/federal. Por exemplo, apenas por exemplo vamos dizer DETRAN.
O funcionário, cumprindo o que lhe foi passado diz que não pode resolver seu problema. "Poxa" - pensa você - "só por esse detalhe?" Inconformado você conta uma história triste para o funcionário.
Dependendo do seu nível de educação e da tristeza da sua história ele toma piedade do seu caso e decide ajudar. Só que ele concorda com a filosofia de "não dar o peixe, mas ensinar a pescar", em outras palavras, "nada vem de graça". Para não deixar você mal acostumado, ele insinua, muito de leve, que gostaria de um "cafezinho". Como ele está te quebrando um galho, evitando problemas, filas, dores de cabeça e outros gastos,você nem se queixa de dar o tal "cafezinho" pro cara.
Seguindo essa lógica probelmas são resolvidos, e o país continua aí, do jeito que conhecemos.

outubro 01, 2004

Desarmamento