Apenas Mais Um.
Acredito que todas as pessoas, nas suas infâncias e juventudes, imaginam e anseiam que serão especiais de algum modo. Esperam ser autores de grandes feitos, ou feitos importantes para algumas pessoas e terão seu nome lembrado com carinho e admiração após deixarem esse mundo.
Eu não fui diferente deles.
O problema que para mim as oportunidades de grandes feitos não apareceram, algumas escolhas - das quais não me arrependo - podem ter me impedido de ter tido pessoas para as quais fui importante. Meus erros e ingratidão e deslealdade comigo também entram nessa conta.
O tempo passou e o peso de ser só mais um anônimo na História da Humanidade se mostrou mais real que nunca. Me sinto invisível, esquecível quando não sou útil. Não sou a pessoa que lembram quando querem uma companhia.
Sempre foi assim, mas uma hora a esperança que algo aconteceria e mudaria as coisas dava força para fazer o que é o certo, ignorar os sinais. Não sei se feliz ou infelizmente, essa esperança já não tenho mais.
Sei que vou continuar a fazer as coisas que acho certas, por ser o certo, mas não por consideração, por obrigação. Fazer o mínimo, o necessário, já que nem isso tenho de volta. Esperar pacientemente para que, em breve, nem esse mínimo eu precise fazer.