maio 29, 2005

A verdade por trás do fato.
Atacante do framengo desmaia em campo.
Aos 17 minutos do primeiro tempo o curandeiro, digo, médico do framengo diz que o que houve foi apenas um mal causado por hipoglicemia - queda de açucar no sangue - e que o jogador estava já sendo tratado no vestiário e que estava tudo bem com ele.
Ah bom... tá explicado.
O jogador do framengo desmaiou porque estava mal alimentado e, ainda assim, quis voltar para o jogo. Na beira de campo foi convencido a sair do jogo por uma promessa de um prato-feito e uma coca-cola no vestiário. Mas a tranquilidade da família só chego quando Jean foi mostrado saindo do estádio com três quentinhas e uma garra de dois litros de guaraná Convenção.

maio 22, 2005

Envelhecer.
Existe hoje uma superestimação da juventude, como se o fato de ser jovem nos tornasse certos, perfeitos, imortais. Há um sem número de cremes, tratamentos, tinturas, todos os comerciais são voltados para o consumo de produtos "mudernus", pessoas são induzidas a viver com dez, vinte anos menos do que têm, aprentar pelo menos cinco anos menos do que a idade que consta na carteira de identidade.
Eu, dizem muitas pessoas, aparento menos idade do que tenho e, por causa disso, deveria me sentir feliz afinal, ficar velho sem aparentar envelhecer é o sonho de consumo de milhões de pessoas. Só que, pra variar, eu não gosto disso.
É estranho olhar no espelho, às portas dos trinta e ver uma pessoa recém saída dos vinte. não quero ficar velho sem envelhecer. Tá, ok, não quero ficar acabado, mas a sensação que quando eu fizer trinta e cinco, quarenta, daqui a alguns anos ficar aqueles velhos metidos a garotões. Não quero ficar tipo um "tio" do comercial da Sukita.
Vejo esses caras que "esqueceram" de envelhecer tirando onda de garotão e sendo ridículos, vejo as garotinhas que ouvem as gracinhas deles os olharem com um misto de pena, nojo e desprezo. Definitivamente, não quero isso pra mim. Queria só olhar no espelho e reconhcer em mim a idade que tenho.
Mas aí entra o probelma: odeio música "de velho": pagode, mpb, baldainha de novela, rock progressivo... essas coisas chatas. Até roupas eu acho estranho. Claro que não saio por aí como se fosse pro Havaí, mas também aquele negócio de camisa polo com bolso é estranho, por isso só uso jeans, tênis e camisas básicas, o que diminui mais ainda a idade que aparento.
Acho que sou a única pessoa do mundo que queria parecer pelo menos uns 3 ou quatro anos mais velho.

maio 20, 2005

Catarse e violência.
Quando eu era criança, entre seis e onze anos, era comum a brincadeira de polícia e ladrão com armas de brinquedo. De todos os meus colegas que brincavam, ora como políca, ora como ladrão, nenhum virou assassino psicopata.
Também lembro daquela época alguns adultos, principalmente os pedabobos, digo, pedagogos dizendo que ao brincar com armas a criança estaria dando vasão aos seus instintos violentos e, conseqüentemente, viraria um adulto violento. Com base nesse argumento, ridículo por sinal, foram diminuindo a venda de armas de brinquedo até que, eu acho, proibiram de vez. Segundo a teoria deles, se não existem brincadeiras violentas com armas, não existem crianças se tornando adultos violentos e a sociedade vive em paz.
O engraçado que o pessoal da minha idade, todos os que brincaram com armas e se transformaram e adultos violentos, cometem menos crimes, brigam menos do que esse pessoal com dez anos menos, que não tiveram brincadeiras violentas, nunca tiveram uma metralhadora ou um revólver de cowboy entre seus brinquedos. Estranho não estarmos vivendo numa paz utópica, não? O problema é que quanto mais se tira a "violência" de uma brincadeira infantil, mais chances essa criança tem de virar um adulto violento.
Somos violentos por natureza. Aceitar isso é o ponto de partida. As brincadeiras brutas (violentas seria um termo errado) das crianças, as brincadeiras de polícia e ladrão onde um mata o outro de mentirinha e o "morto" fica de fora até o jogo acabar e recomeçar servia de catarse para essa violência. Tendo despejado essa violência, física e mentalmente, em uma atividade que não tem conseqüências, o nível cai e o indivíduo terá mais controle em uma situação real.
Deixar uma criança com "brincadeiras educativas orientadas pedagogicamente" só formará uma sociedade com metade de psicopatas a outra metade de bichas, no sentido fresco do termo.

maio 11, 2005

Valor.
Não há nada mais discutível, relativo e pessoal quanto o valor de alguma coisa. Claro que não são coisas materiais, coisas que vem junto uma etiqueta dizendo quantos reais custa, mas coisas imateriais, difíceis - senão impossíveis - de se colocar preço.
É difícil fazer outra pessoa entender o que queremos dizer, o quando prezamos algo, sempre tem gente que vai achar que não damos valor ou que damos valor excessivo. Quantas vezes olhamos com desdém quando alguém nos diz: "Tá queria estar no seu lugar". O mesmo desdém com que nos olham quando dizemos isso a outrem.
Nós mesmo não sabemos o valor de nada, até perdermos. Até não termos mais.
Até começar a trabalhar, no meio da faculdade pra cá, eu não dava o menor valor ao sono, ao tempo que podia ficar à toa reclamando do tédio. Hoje o que eu mais quero é acordar ao meio-dia e passar a tarde dormindo para, de noite, reclamar que não tem nada na TV. Hoje eu sei que o tédio, em certas horas é essencial. Muitas vezes não damos valor a conversas despretenciosas em que falamos de dois ou mais assuntos ao mesmo tempo, em que um assunto nunca chega ao final e a coisas mais insignificantes geram discussões onde, no final, volta a perder a importância. Falta de dizer meias palavras, de citar um trecho de um filme e ninguém perguntar "como assim?".
Todo mundo tem uma ou duas pessoas com quem mantém esse tipo de conversa non sense. Faz falta não ter explicar cada pensamento, fingir que entendeu alguma coisa enquanto se sabe que a outra pessoa também não está entendendo nada. E ninguém liga.
Sei que tem gente que vai dizer que isso não tem a mínima importância, que não tem valor. Bom, pra mim tem.

maio 01, 2005

Charlatanismo chique.
Estou já cansado de ouvir que, para qualquer problema, a solução é alimentação saudável e boas noites de sono. É "chique". Soa Bonito. Mas é totalmente inócuo.
Se você tá estressado, com mau humor, impotente, sem dinheiro, descofiado da sua mulher então não tem problema. Basta dormir cedo e comer aquele bando de frutinha (sem duplo sentido, por favor), saladinhas e suquinhos que tudo fica azul (ou cor-de-rosa, dirão alguns).
Palhaçada.